quinta-feira, 23 de junho de 2011

Sede

Acorda às quatro e meia da manhã, aos tropeços e esbarrões. Levanta e sai do quarto. Pega um copo velho de alumínio na cozinha e toma um pouco d'água. Volta pra cama.
Não consegue pregar o olho. Seu quarto mais parece brinquedo de um parque, rodando pra lá e pra cá. Os objetos tomam vida e parecem estar conversando entre si.
Deitado com a cabeça debaixo do travesseiro, ouve vozes. Sussurros. Gritos. Tenta ignorá-los... em vão. As vozes tornam-se cada vez mais altas, inundando o seu cérebro.
Começa a golpear sua cabeça com o punho. Chega a machucar a si próprio, mas ignora as feridas na cabeça, e passa a prestar atenção em sua respiração. É ofegante, cansada. É afobada.
Cheirava a terra molhada e batom. Ainda calçava meias e usava um smoking cáqui. Sentia um gosto amargo na boca. Os olhos lacrimejavam. Os dedos formigavam.
Cansado da euforia psicológica, levantou-se da cama. Acendeu a luz do abajur. Suspirou, aliviado.

Era só ressaca.

Um comentário:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkk você já teve uma ressaca? que ressaca é essa ein? IUHADSUIHD amei! e imaginei direitinho o smoking *-* haha

    ResponderExcluir