Tudo que consigo ver, nessa exato instante, é um pedaço de céu, uma nuvem e pontas de edifícios.
Me limito a imaginar o que se passa com esses elementos citados. enquanto estou fora.
Quando digo fora, me refiro a mim mesmo.
Mudam de lugar? Conversam entre si?... Não sei.Quando digo fora, me refiro a mim mesmo.
Crio histórias de como aquelas coisas foram parar ali.
Por coincidência? Acaso ou propósito?
O que passava despercebido por mim há alguns dias atrás, agora é meu passatempo trivial.
Meu campo de visão interno, nada mais é do que uma cama e uma pia.
Há nove dias não faço a barba, não tomo banho. Talvez um rato esteja mais limpo...
Ganhei um amigo novo. Seu nome ainda não sei. A criatividade anda fugindo de mim.
Tenho três refeições por dia. Se juntarem todas, não dão uma que se preze.
Às vezes não como. Por incrível que pareça, meu corpo se dá ao luxo de rejeitar alimento. Coisa que raramente acontecia.
Às vezes não como. Por incrível que pareça, meu corpo se dá ao luxo de rejeitar alimento. Coisa que raramente acontecia.
Tenho uma mulher, aliás... tinha. Tenho um filho. Seu nome me fugiu à memória.
Tinha uma vida confortável. Qualquer mero mortal gostaria de se passar por mim um dia. Mas não agora.
Tinha uma vida confortável. Qualquer mero mortal gostaria de se passar por mim um dia. Mas não agora.
Minha vida durante algum tempo se resumirá em observar a núvem, as pontas dos edifícios... E só.
Ainda sim, penso que valeu a pena... Até hoje choro de emoção ao reviver aquele ilustríssimo momento...
A faca em minha mão direita. Seu coração em minha mão esquerda.
Um grito preso em sua garganta. Um grito que jamais será emitido... Nem sequer um ruído...
Que bela recordação...
É... valeu a pena.
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