quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Tempo

Apresse.
Pena, foi.
São primeiros,
Segundos e terceiros,
Minutos, horas, dias, anos.
Vidas engolidas em meio tempo,
Sonhos realizados, ou pouco perdidos
Conquistas realizadas, ou deixadas de lado.
Segredos revelados, ou guardados numa caixa.
O gosto amargo da derrota descrita em trechos.
Decepções alojadas no lado esquerdo da alma.
A necessidade de estar respirando qualquer ar.
O dever de estar sempre no lugar combinado
A sensação de estar sendo seguido, por um.
A decência, a carência, a mediocridade.
O soco, o chute, o beijo mordido.
Estar aqui e ali, toda hora.
Eterna correria chata.
Um, dois, três...
Não conte.
Não ouse.
Nunca
Não para.
Um Tic
Tac
Tic
Tac
Não.
Não vai.
Não volte.
Encontre-a.
Perca o sentido
Você não controla, não.
Você o ganha, perdendo-o,
Perde menos, ganhando-o agora.
O julgado precioso, é simples demais até.
O condenado insatisfatório, satisfaz o capaz.
A sabedoria sempre alcançada, incógnita parece.
Uma estrada de caminhos, paralelos e meridianos.
O ponto de intersecção entre eles, o pensamento.
As escolhas podem distinguir, sabe se lá porquê
Mas não as suas. As de terceiros, quem sabe.
Você não conhece nem a si mesmo, e quer.
Você nasce querendo ser gente. Em vão
Quer que o tempo pare para você
Descobrir o que é de fato
O quem sou eu.
Tente parar
O tempo.

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